Agenda Gotsch

Uma revisão científica sobre a ideia de amor incondicional na Agricultura Sintrópica

No artigo dessa semana trazemos uma reflexão sobre alguns conceitos que fazem parte do processo de decisão do agricultor sintrópico, e que normalmente deixam margem para interpretações distintas.

Ernst Götsch em sua fazenda na Bahia

Além das aplicações práticas que advém do entendimento da sucessão natural, estratificação e a dinâmica funcional da vida, há também outras importantes categorias sistematicamente referenciadas por Ernst Götsch em seus textos, em suas aulas, cursos, conferências, consultorias e na sua intensa vida profissional e pessoal (âmbitos absolutamente indistinguíveis para ele). Uma dessas categorias seria a de amor incondicional que se junta à ideia de cooperação para fazer o contraponto à competição. Para Ernst, na natureza não há competição. Com exceção do ser humano moderno e dos animais por ele domesticados, todas as relações inter e intraespecíficas ocorrem, segundo sua perspectiva, unilateralmente movidas pelo amor incondicional e pela cooperação. Muito além do senso comum do "amor maternal", ou do "amor pelo semelhante" (da herança judaico-cristã), o amor incondicional se expande no âmbito da Agricultura Sintrópica para um amor entre diferentes espécies, um amor por sistemas abióticos e até mesmo um amor por ciclos biogeoquímicos. Para os seres humanos, que têm o expediente da deliberação de conduta, Ernst Götsch sugere, sempre associado ao princípio do amor incondicional e da cooperação, a aplicação do imperativo categórico de Kant, segundo o qual há que se agir de modo que as suas ações possam ser elevadas imediatamente a leis universais – ou seja, uma orientação ética intencionalista é a chave mestra e o fiel da balança das atitudes do agricultor sintrópico.

Para Ernst essa diretriz é válida para todas as interações que mantém enquanto agricultor, ou seja, na sua relação “com o solo, com as plantas, com os animais, bem como com o ciclo da água e dos nutrientes”. A princípio, isso seria semelhante à biofilia (amor pela vida e pelos sistemas vivos), conceito proposto pelo psicologista Erich Fromm em 1964. Mas é divergente, no entanto, especialmente daquilo que é elaborado na década de 80 pelo biólogo e teórico Edward Wilson na "Hipótese da Biofilia", segundo a qual os seres humanos teriam uma tendência psicológica de filiação a tudo que que seja vivo, ou um amor inato pela natureza. Nesse último caso, o amor seria explicado por uma herança genética que nos conectaria às outras formas de vida. Ou seja, amaríamos não porque essas outras vidas teriam um valor em si, mas porque uma conexão evolutiva justificaria e nos impeliria a tanto. Já o amor a que Ernst Götsch se refere é bem menos antropocêntrico, e a conexão é mais uma evidência do que uma explicação.

Edward Osborn Wilson

A suposta simplicidade semântica da ideia de amor incondicional, esconde um grave deslocamento de uma categoria fundamental da cultura ocidental moderna: a ideia de indivíduo. O indivíduo ou o interesse pessoal ficam completamente suplantados sob a ótica do funcionamento do ecossistema. Com a premissa da sintropia - esta não sujeita a negociações ou barganhas – o amor é pautado pelo cumprimento da estratégia de incremento de energia do sistema, mesmo que isso signifique, em determinada fase do desenvolvimento, a supressão de um indivíduo - seja este uma erva, uma jaqueira ou um veado.
O amor incondicional manifestado no ecossistema por sua dinâmica natural significa que as espécies que já tenham “cumprido a sua função se retiram”.
A partir de seus escritos e de uma intensa convivência com Ernst, não é difícil perceber que ele não dedica muita preocupação à explicação do amor incondicional por conta de um outro axioma de seu pensamento: o entendimento de que nós seres humanos seríamos apenas parte de um macro-organismo inteligente. “[Nós agimos e nos comportamos como se] fôssemos ‘a espécie inteligente’. Somos? Ou apenas, modestamente, somos parte de um sistema inteligente?”, diz.

Essa linha de pensamento invariavelmente nos remete à Teoria de Gaia, proposta pelo químico inglês James Lovelock (1979). Lovelock foi um dos primeiros a afirmar, no início da década de 70, que a vida como um todo otimiza o ambiente para seu próprio uso. Segundo a Teoria de Gaia, aspectos dos gases atmosféricos, das rochas e das águas superficiais seriam regulados pelo nascimento, morte, metabolismo e outras atividades dos organismos vivos. Assim, temperatura, acidez e salinidade seriam mediadas pela ação da vida, que agiria no controle homeostático do planeta como um todo.

James Lovelock e sua controversa teoria

Porém, a ideia de que a Terra é um organismo único - atalho geralmente frequentado tanto por aliados quanto por opositores da Teoria de Gaia - é na verdade uma imprecisa redução, segundo Lynn Margulis (2001), colaboradora de Lovelock na Teoria de Gaia e responsável pela Teoria da Endossimbiose Sequencial - cujas implicações vão do entendimento do ecossistema planetário aos processos evolutivos. Mais acurado, segundo ela, seria dizer que “a Terra, no sentido biológico, tem um corpo mantido por complexos processos fisiológicos”. Margulis também procurou alertar Lovelock para os riscos de deificação que o uso do nome Gaia – deusa da Terra na mitologia grega - poderia trazer a reboque. Se o conselho foi considerado, não o foi a tempo de prevenir a incorporação do termo pela corrente mística do discurso ambientalista do período que viu na personificação da “Mãe Terra” o álibi perfeito para suas agendas. Essa leitura pode ter contribuído para a desconfiança que a teoria levantou no meio acadêmico tradicional, quando de seu surgimento, e pelo consequente atraso na apreciação mais cautelosa de seu potencial. Atualmente, na iminência de uma crise global climática e ambiental, essas discussões são revisitadas e ganham novo fôlego com Bruno Latour, Bruno Clarke e Timothy Lenton. Muitas das críticas a essa teoria se baseiam na interpretação da teoria darwiniana da seleção das espécies baseada na competição. A sobrevivência do mais apto seria incompatível com a ideia de que seres vivos, por seu metabolismo, modificam o ambiente de tal modo que as condições para sua própria existência deixam de existir e abrem espaço para novas espécies prosperarem. No entanto, há exemplos exatamente disso desde a formação da atmosfera até a própria sucessão ecológica. O fato é que a vida é um fenômeno planetário e, contrariando as probabilidades, a superfície da Terra está viva há pelo menos 3.7 bilhões de anos, mantendo sua dinâmica com os sistemas abióticos.

Lynn Margulis

Não por acaso, as colocações de Ernst Götsch sofrem da mesma desconfiança e são vítimas das mesmas alegações que a Teoria de Gaia. Segundo análise de Ian Enting , para amenizar os embaraços acadêmicos, algumas análises propuseram um certo abrandamento da Teoria de Gaia, mas isso só fez enfraquecê-la a ponto de torná-la pouco distinguível do que já é reconhecido pelos estudos do Sistema Terra, desperdiçando seu potencial. Por outro lado, sem constrangimentos institucionais, a visão de Ernst Götsch aplicada à agricultura ousa ainda um pouco mais na apreciação das dinâmicas da vida.

Representação do princípios da Agricultura Sintrópica (em breve serão discutidos no Life in Syntropy)

O quadro conceitual da Agricultura Sintrópica, portanto, exclui completamente as ideias de concorrência e competição fria e as substitui pelas concepções de cooperação e amor incondicional. Como se já não fosse árduo o bastante para nosso sistema de pensamento científico incorporar, na interpretação de ecossistemas, conceitos como o de amor, Ernst ainda propõe outra categoria: a do prazer – que seria o resultado obtido por agir conforme esse entendimento. “Cada indivíduo, de cada geração, de todas as espécies, aparece equipado para realizar suas tarefas e cumprir suas funções movidos pelo prazer interno (...)”. Sujeito a interpretações equivocadas, o prazer interno pode e costuma ser tomado por hedonismo. Porém, mais uma vez, como no caso do amor incondicional, o indivíduo não está no centro, mas sim a tendência sintrópica da vida. A consequência desse descolamento é que o prazer interno está mais relacionado com a ideia de pertencimento ao macroorganismo do que com uma satisfação pessoal em si. Considerando que a língua nativa de Ernst Götsch é o alemão, suspeitamos que ali poderíamos encontrar pistas dos sentidos e das valorações subjetivas que, normalmente, carregamos desde nossa matriz linguística. Quando perguntado sobre qual seria a tradução de prazer interno para o alemão, Ernst indicou Inneren Antrieb que, portanto, estaria mais próximo das ideias de motivação, estímulo e impulso. Nesse sentido, o trabalho de um agricultor de manejar um ecossistema mantendo ou favorecendo o fluxo sintrópico de energia lhe proporcionaria esse sentimento de realização. Ao abordarem o conceito de sintropia aplicado à psicologia, os pesquisadores italianos Ulisse di Corpo e Antonella Vannini (2014) chegaram a semelhantes conclusões em seus experimentos, mencionando as ideias de propósito e de sentimento de realização em contraposição aos “sentimentos de vazio, dor emocional, ansiedade e angústia” – estes experimentados como resultado de ações contrárias à sintropia.

Deste breve apanhado de princípios inferimos alguns dos motivos pelos quais a Agricultura Sintrópica, apesar de se mostrar agronomicamente eficiente, ainda encontra dificuldade de reivindicar sua cidadania no universo da ciência. Além dos conceitos até agora discutidos, há ainda o caráter teleológico, muitas vezes apontado como um suposto ponto fraco da teoria da Agricultura Sintrópica. Afirmações de Ernst Götsch tais como “a vida é uma estratégia que o planeta Terra criou para cumprir a sua função”, podem parecer sugerir uma predestinação imanente, uma finalidade causal, o que entraria em conflito com todo o secular esforço de libertar a ciência (e o indivíduo) do subjugo do pensamento cristão medieval. A mentalidade científica moderna ou clássica se amparou, desde aquele momento, na racionalidade e na objetividade como promessa definitiva de autonomia e liberdade (o que era coerente com o cenário histórico das revoluções burguesas dos séculos XVII e XVIII). Como em uma espécie de trauma, essa ruptura deixaria marcas duradouras e, mesmo com o avanço das discussões sobre a contemporaneidade e os sistemas complexos com pensadores como Prigogine e Morin, o debate científico, nas ciências sociais e sobretudo nas ciências naturais, ainda se ressente na presença de uma linguagem teleológica por associá-la a ideias de propósito e de desígnio. Palavras tais como “estratégia” e “tática”, por exemplo, foram expressamente descredenciadas, inclusive em editoriais de revista científica: “Termos como ‘estratégia’ e ‘tática’ são filosoficamente questionáveis quando aplicados a plantas e animais inferiores, sendo melhor deixá-los para os políticos, os militares e os técnicos esportivos”, escreveu Kramer em 1984.

Por outro lado, importantes contribuições da filosofia têm influenciado uma autorreflexão das ciências da natureza como um todo, com a retomada da temática da teleologia. Não aquela de origem aristotélica, marcada por contornos de uma teleologia totalizante, compatível com o ideal grego de um cosmos finito e ordenado – que, inclusive, seria incorporada e distorcida pela cultura cristã e árabe islâmica por meio de uma teleologia transcendental - dando margem para mais tarde o compreensível ressentimento ilustrado pela ironia do editorial de Kramer. Mas sim, uma tradição que recupera o entendimento kantiano de que a finalidade aparece como um princípio regulador do qual nos valemos para acessar o conhecimento sobre o mundo natural. Ou seja, não seria um atributo constitutivo da natureza, mas uma pressuposição adotada para resolver nossas questões práticas de conhecimento.

A teleologia identificável no conjunto de pensamento de Ernst Götsch nos parece estar mais filiada a essa tradição que se afasta de uma metafísica criacionista e adota a observação da natureza (ou o juízo reflexionante kantiano) associada às relações de causa e efeito (determinismo empírico) para propor o estabelecimento de hipóteses. Como a Agricultura Sintrópica trabalha invariavelmente com policultivos (o que significa dizer interações complexas) e, ao mesmo tempo, com espécies que possuem ciclos de vida tão distintos quanto uma alface (curto) e um jequitibá (longo) o arremate teleológico dado ao conjunto das observações podem sim sugerir uma trajetória imperativa, mas esta poderia ser considerada, sem prejuízo da operacionalidade, como um “tudo se passa como se”, como o operador na finalidade do pensamento kantiano que, pelo histórico e pelo discurso atual de Ernst Götsch, nos parece ter sido basilar em sua formação.

Há outras visões, especialmente na ecologia fisiológica e de reprodução, em que termos como estratégia e tática têm amplo uso. Nos estudos sobre o papel da cooperação nos mecanismos evolutivos também são consideradas ideias como a de altruísmo ou de bem-estar do grupo. Todas elas, em maior ou menor medida, encontram oponentes que questionam o caráter de propósito final contido nessas teorias. Curioso é observar que o egoísmo e o bem-estar individual presentes na Teoria da Evolução pela seleção natural não são inquiridos da mesma forma.

Faz parte da nossa cultura acreditar que todas as espécies competem para sobreviver. As pessoas tomam isso como um processo natural e uma lição moral para carregar na vida. E se não for? E se nós reinterpretarmos o propósito da vida na Terra desconsiderando esses conceitos? É possível, e pode oferecer algumas ferramentas para repensar nosso comportamento e impedir nosso relacionamento brutal com a natureza.

Dayana Andrade

7 comentários

  • Quando algo realmente nos faz sentido, poderíamos ignorar as interpretações possíveis e ficar só com a realização. Percebo que automaticamente ocorre uma “tradução” disso que faz sentido de acordo com o que sou aqui e agora, por isso, quando colocado em palavras, no nosso limitado vocabulário, inevitavelmente suscitará diferentes interpretações. Não necessariamente serão interpretações erradas, portanto (talvez sejam momentos diferentes). Pra mim, quando Ernst fala em cooperação e amor incondicional, soa como uma deliciosa música que preenche todo meu corpo e me faz levitar – a compreensão é total, mas não tenho explicação, simplesmente “me serve”, faz sentido. O impulso para colocar em prática é quase mais forte que eu. Se não fosse o exemplo e as palavras do Ernst, eu ainda estaria procurando por esse sentido (na prática). Logo, também adoro questionar e buscar explicações, adorei essa discussão, excelente artigo da Dayana. Obrigado!

    A respeito, justamente, dessa “dificuldade de reivindicar sua cidadania no universo da ciência”, sugiro a leitura do livro “A memória biocultural – a importância ecológica das sabedorias tradicionais”, de Víctor Toledo e Narciso Barrera-Bassols, da editora Expressão Popular. É mais uma porta que abre para essa necessária discussão, para que a conquista de um lugar ao sol na ciência não acabe como na agricultura orgânica: compartimentada, vista em suas partes isoladamente, que mesmo quando “integrada” não traz em si essa mudança de paradigma essencial apresentada nesse artigo. Ou seja, agricultura orgânica no mundo prático da ciência tornou-se mera substituição de receitas, pois na cabeça e no coração nada mudou. O que falta ainda? Esse livro sugere algumas coisas.

    Aproveito para sugerir uma leitura que, curiosamente, estou relendo neste momento, é o livro “The Findhorn Garden Story / Findhorn Press 2008”, uma verdadeira história de cooperação! Ah, inevitável não lembrar também do trabalho da brasileira Sheila Waligora, que nos coloca numa outra perspectiva de percepção e relação com as criaturas deste planeta.

    Abraços!
    Cristiano k. Hickel

  • Fascinating discussion Dayana thank-you! It has prompted me to order Prigogine and Stengers’ book The End of Certainty, which looks like it might give some context for the retrocausality aspect to Fantappie’s mathematical concept of syntropy. As you point out there is a lot of scientific discomfort with teleology and purpose. The forthcoming representation of Ernst’ principles looks very interesting. I look forward to reading more of your writing 🙂

  • Muito interessante o artigo! Da forma como interpreto, a narrativa e linguagem adotadas pelo Ernst (regenerativa, intuitiva, sistêmica) desafia uma narrativa mais básica que ainda é (embora cada vez menos) a dominante na ciência, política, economia. Trata-se da narrativa reducionista e mecanicista, como nomeada por Fritjof Capra, ou da narratiuva da separação, como nomeada por Daniel Wahl.

    Como o próprio artigo ressalta, a narrativa da competição não é questionada na ciência e parece ser culturalmente aceita como natural. Mas é uma interpretação bem particular da teoria da evolução de Darwin que serviu para consolidar uma noção de economia e sociedade que se tornou dominante no século passado (e ainda o é agora): a narrativa do homo economicus, em que a complexidade da condição humana é reduzida a seres essencialmente egoístas, calculistas e movidos por maximizar o interesse próprio. Embora seja uma simplificação grotesca, tem servido para sustentar “consensos” econômicos e políticos há décadas, e está tão entranhada em nossa forma de pensar que temos dificuldades de questioná-la mesmo quando os modelos construídos a partir dela falham (como na crise de 2008).

    Acho interessante explorar como a narrativa usada pelo Ernst ressoa com linhas de pensamento mais sistêmicas e holísticas tanto na ciência (como o citado Lovelock, mas também a visão sistêmica de Capra e a Ecologia Profunda de Arne Ness) quanto na economia (como o novo paradigma da “rosquinha” proposto por Kate Raworth ou a “prosperidade sem crescimento” explorada por Tim Jackson).

    • Exatamente Lucio, os desdobrametos podem ser muitos e as consequências, no mínimo, inspiradoras. Agradeço muito sua contribuição!

  • Excelente revisão, Dayana!
    Como você mesma disse, é uma tarefa árdua interpretar as ideias do Ernst à luz de certos contornos hegemônicos da ciência, mas, confesso que pra mim também tem sido muito prazeroso e inspirador. Eu já havia refletido um pouco sobre o “amor incondicional”, e inclusive fiz umas anotações lá no seminário em Brasília, ano passado. Pela dificuldade em elaborar algo consistente, fiquei ansioso quando esse texto foi publicado! A surpresa boa foi perceber a ligeira semelhança com o que eu tinha vislumbrado naquela oportunidade. Eu pensei mais ou menos assim: “Acho que o fenômeno da cascata trófica (como aquele famoso caso dos lobos de Yellowstone) é um bom exemplo para explicar as ideias do amor incondicional e do prazer interno, porque a existência ecologicamente equilibrada de vários organismos, e em constante interação com fatores abióticos, desencadeou benefícios sistêmicos (verificados em vários parâmetros), que, em última instância, afetaram positivamente até mesmo rios, atmosfera, oceano, e assim por diante”. Entendo que você foi muito precisa ao falar da “estratégia de incremento de energia no sistema”, ainda que com a supressão de determinados indivíduos, e da noção de pertencimento ao macro-organismo. Parabéns, tô contigo nessa!

    Tenho percebido também um potencial em discutir a agricultura sintrópica na perspectiva que opõe antropocentrismo e ecocentrismo, além poder trazer uns elementos da ecologia profunda.

    Alguns dias depois de ler esse texto, eu assisti o documentário “Symbiotic Earth: How Lynn Margulis Rocked the Boat and Started a Scientific Revolution”, e fiquei impressionado com a quantidade de referências valiosas ao debate que estamos tendo aqui. Você e o Felipe já viram? Além do documentário, na época da pré-estreia ainda eu recebi um guia de estudos para acompanhamento, com umas 80 páginas que sintetizam os capítulos do vídeo, e recomendam mais uma série de livros e artigos científicos para fundamentação. Posso lhe enviar esse material!

    Grande abraço!
    Saudades.

    • João, querido amigo, que prazer ler seu comentário! Lembro que em Brasília você me falou desse documentário da Margullis e desde então fiquei ansiosa para assistir, mas ainda não tive a oportunidade. Por favor, me mande sim esse guia de estudos. Quanto mais a gente lê, mais percebe que tem muito mais por trás. Essa é a alegria e a angústia de estudar, não é mesmo?! Com relação à cadeia trófica, isso leva àquela outra proposta do Ernst: a de que a fome é um meio para os seres realizarem sua função… esse é outra “caixinha” da agricultura sintrópica esperando alguém tanto capaz quanto ousado o suficiente para abrí-la…o que me diz? Grande abraço!

Siga nosso trabalho