Você já viu aqui no nosso site o relato da experiência que tivemos com a implantação de hortas escolares sintrópicas.Compartilhamos também a fundamentação teórica que esteve por trás dessa iniciativa e algumas reflexões derivadas da prática.e.
Logo depois de finalizado o primeiro ano do projeto, começamos a desenvolver um material que reúne as descrições de todas as atividades realizadas, apontando os aspectos positivos observados bem como os desafios encontrados. A ideia inicial era a de que essa coletânea serviria para nos guiar no ano letivo seguinte, nos ajudando a replicar o que deu certo, corrigir o que teve falhas e nos inspirar para sempre dar um passo além. Ou seja, é um guia em construção e que foi feito para uso interno.
No entanto, conforme fomos conhecendo outras iniciativas de hortas com crianças que, inspiradas no nosso caso, resolveram também colocar a mão na massa, pensamos que faria muito mais sentido se esse material fosse público. Por isso, compartilhamos aqui com vocês as 10 primeiras atividades que desenvolvemos e testamos nas hortas escolares sintrópicas.
Outra característica desse material é que ele nunca teve a pretensão de ser um guia definitivo. Muito pelo contrário, ele é como um diário de experiências reais e, justamente por isso, pode e deve ser sempre atualizado. Portanto, além de compartilhar publicamente, convidamos aqueles que também aceitaram enfrentar o desafio de traduzir a agricultura sintrópica para crianças para contribuir na construção desse conteúdo. Então, a partir de agora, este é um material em progresso e de construção coletiva!
Como a agricultura sintrópica é a base técnica e filosófica de nossa atuação, começaremos esse grupo com aqueles que participaram conosco de alguma formação, de modo que possamos partir das mesmas premissas segundo as quais fazemos a leitura da natureza e de seus processos.
No fundo, o que nos une é o fato de que assumimos a responsabilidade de contribuir para a educação para o futuro da comunidade em que vivemos. E, ao fazê-lo, nos deparamos com tantos pacotes pedagógicos desatualizados, mal informados (ou mal-intencionados) que decidimos produzir nossas próprias referências. Estas baseadas não apenas em ideias ou planos de como fazer, mas sim em experiências reais, de como foi feito. Portanto, é pré-condição para a contribuição no nosso guia realizar sua ideia em campo para só depois relatá-la, de forma autêntica e sincera.
O potencial pedagógico das hortas como ambientes informais de aprendizagem é imenso. Podem ser estimuladas habilidades manuais e técnicas, mas também habilidades emocionais e sociais imprescindíveis para todos nós.
Desenhe uma horta
Nas primeiras aulas, antes de iniciarmos os plantios, sugerimos que as crianças fizessem o desenho de uma horta. Repetimos a mesma atividade no final do ano e a diferença foi bastante representativa. Enquanto que no começo as imagens eram genéricas, abstratas ou reproduziam um padrão de monocultivo, na segunda vez a horta passou a ter árvores e uma grande diversidade de espécies crescendo juntas. O imaginário do que é uma horta se transformou pela experiência.
* Por enquanto, o guia está disponível apenas em português. Contribuições para a tradução do conteúdo são muito bem-vindas!