Agenda Gotsch

"TAO" para nossa compreensão da vida

Primeiro, sobre o conteúdo:

A figura a seguir, à qual eu dei o nome de 15 PRINCÍPIOS, NOMEADOS:

'TAO' PARA NOSSA COMPREENSÃO DA VIDA [ALTERNATIVA AO NOSSO CONCEITO ATUAL, NO QUE DIZ RESPEITO À VIDA]

é concebido sob a forma de um compêndio, composto por 15 princípios. Proposições, conclusões, resultantes de décadas de questionamento - e tentando criar alternativas ao nosso conceito atual, sobre a vida e a natureza. Além daquele anterior, algumas reflexões, e também como agir, para que a nossa participação se torne útil e benéfica para todos os seres submetidos e afetados por nossas interações.

Paralelamente a isso, sempre me esforcei para pôr em prática o conteúdo de minhas conclusões, fazendo inúmeras experiências, a fim de testar a validade de minha hipótese: primeiro na Europa Central e, há quarenta anos, continuando, fazendo o mesmo, mas principalmente nos trópicos.

Em 1992, comecei a escrever em palavras e a projetar em numerosas figuras aquelas minhas conclusões, que me pareceram significativas para nossa questão. A partir de então, - há 27 anos - esses princípios se transformaram em diretrizes rígidas para todas as minhas interações. Isto é, como agricultor, trabalhando com o ciclo da água, solo, plantas e animais. E isso, aplicando-os, realizando-os nos mais diversos contextos, em relação à vegetação, textura e composição do solo, bem como em termos de condições climáticas, nos lugares onde tenho ou tive o privilégio de participar, de lugares áridos, sub-desérticos, a floresta tropical úmida e do nível do mar até áreas em grandes altitudes.

O foco principal, durante meus mais de 60 anos de constante e intenso envolvimento profissional, sempre foi - muitas vezes começando com os chamados "solos pobres" a alcançar, combinando alta produtividade dos "meus" ecossistemas agrícolas, com vigor e saúde de ' minhas plantas e animais e, ao mesmo tempo, obter um equilíbrio positivo, considerando a vida estabelecida, bem como energicamente.

Questionando e testando, de novo e de novo, lutando para entender o "por quê" e o "como", e para entrar em acordo com muitas contradições entre nosso conhecimento estabelecido e o mundo real. E então, traduzir isso em ação, e isso de certo modo, ser capaz de transformar nossa atividade de cultivar comida em um empreendimento alegre, realizando-a, movida pelo prazer interno, e chegar a um ponto de tornarmos úteis para o ecossistema no qual intervimos, e sermos benéficos para todos os que são submetidos e afetados por nossas interações.

Esses princípios, quando compreendidos e depois postos em prática em nossos esforços para obter alimentos abundantes e de melhor qualidade, como um dos efeitos de nossas interações com o reino das plantas, nos permitem:

- Obtê-lo a baixo custo, material e energeticamente,
- Fazê-lo em harmonia com a natureza e
- resultando, que nossa atividade realmente se torne benéfica, para o agricultor, para o ecossistema e para todos os demais influenciados por nossa operação.

Além disso, adotando o que eu sugiro em nossa prática, chegaremos a uma agricultura baseada em processos, na qual o maior insumo externo necessário para fazê-lo funcionar será o conhecimento. Conhecimento em microbiologia, micorriza, biologia do solo, ciclo da água, propriedades eco-fisiológicas e sociologia de plantas e animais tratados etc., etc. ... e, por último, mas não menos importante, ética: ponha em prática, em toda a nossa interação, os princípios do amor incondicional e da cooperação e vivendo de acordo com o dito do "imperativo categórico".

O resultado de trabalhar em harmonia com a natureza, voltando a ser uma parte "útil" e "co-criador" e, ao mesmo tempo, não mais “comandante-chefe” gera em quem consegue colocá-lo em prática, uma sensação de alegria profunda. Alegria por ter retornado aos braços e cuidados da mãe terra.

Em segundo lugar, para os educadores:

O conteúdo, afirmações, que compõem esses princípios mencionados aqui, podem ter propriedades que para muitos professores podem parecer bastante estranhos, ... ou pelo menos "incomuns", ou, digamos, derivados de um universo dissimilar ao que somos parte. - Apesar disso, peço-lhe, antes de rejeitar tudo de uma vez, para tentar, pelo menos, compreender e talvez - mais tarde - perceber toda a gama de ideias e deduções que, afinal, me trouxeram para este novo mundo: um mundo de harmonia, de paz. O mundo da vida.

Eu recomendo considerar que nosso modo de perceber, muitas vezes, é fortemente influenciado, pelo que vemos, olhando em nosso espelho, e menos por aquilo que está presente em nosso redor, o mundo real. Isto principalmente, por acreditarmos que estamos - e por nos convencermos, e nos comportarmos de acordo, como se fôssemos "espécies inteligentes". [ Nós somos? Ou modestamente somos apenas parte de um sistema inteligente?]. Essa crença acima mencionada, e em sua consequência, nosso comportamento resultante disso, nos torna sujeitos a comportarmos de maneira “autista” e, em conseqüência, compilamos o que vemos, olhando em nosso espelho, a um quadro axiomático, chamado "verdades" e "fatos", sobre o qual não raramente se baseiam as crenças e comportamentos de sociedades inteiras e civilizações inteiras.

Uma dessas "verdades", "fatos", é que as relações intra e interespecíficas da vida são baseadas na concorrência e na competição fria. ... E isso tudo, porque nós, como indivíduos e espécies, agimos principalmente seguindo esse padrão [de competição e concorrência fria]. As consequências resultantes disso, "erro cometido em nossa interpretação das leis naturais", foram razão direta e indireta - e ainda são! - para muitos problemas, que muitas vezes causaram (e causam) sofrimentos profundos, ou levam, ou levaram ao desaparecimento de civilizações inteiras.

Nós realmente sabemos disso, mas por não estarmos prontos, ou - talvez não sendo capazes de querer [?] - pagar o preço sobre o que sabemos, e o que deveríamos fazer, preferimos ignorá-lo.

Críticas ou declarações de alguns membros sábios da nossa espécie, apontando para este tipo de crenças, ou erros cometidos, normalmente são rejeitadas ou interpretadas de uma maneira para que se enquadrem no paradigma dominante.

Em terceiro lugar, uma anotação sobre a terminologia usada, pois algumas palavras e expressões podem parecer incomuns:

Para o significado da maioria das expressões, o leitor atento entenderá sozinho. Outros, na verdade todos eles, também estão sendo usados em contextos, que revelarão seu significado em uma série de artigos escritos e ainda não editados, e figuras projetadas por mim. [Sua publicação está sendo planejada para acontecer nos próximos meses.]

15 PRINCÍPIOS:

'TAO' PARA NOSSA COMPREENSÃO DA VIDA [ALTERNATIVA AO NOSSO CONCEITO ATUAL, NO QUE DIZ RESPEITO À VIDA]

I - Estudando o funcionamento e o comportamento da vida neste planeta, e também a vida em suas interações com - e em sua relação com o Planeta Terra, e este último, visto como um macroorganismo, podemos claramente atribuir-lhe características funcionais, digamos, propriedades ‘instrumentais’ e, assim sendo, como parte integrante de um ‘instrumentário’, que o Planeta Terra criou para si mesmo, a fim de realizar sua estratégia sintrópica ‘complexificadora’ de ser.

II - Percebendo a vida da maneira supra descrita, observaremos o conceito instrumental e funcional na existência de todas as espécies que já apareceram, bem como nas que possam vir a existir: cada espécie que aparece, o faz para realizar suas tarefas específicas e para cumprir sua função.

III - Cada indivíduo, de cada geração, de cada espécie aparece precondicionado pelo que o precedeu. Com sua chegada, por meio de seu metabolismo, modifica seu entorno e codefine, e nesse sentido compartilha, faz parte da definição daquilo que o irá suceder.

IV - O aparecimento de novos genótipos de espécies já existentes acontece por alteração nas condições de vida com as quais precisou lidar. O surgimento de novas espécies é necessário quando surgem tarefas cujas realizações ainda não estejam codificadas (não está incluída no código potencial das espécies existentes).

V - A instrumentalidade da vida com relação ao macroorganismo Terra se mantém a mesma; as tarefas a serem realizadas, no entanto, estão sujeitas a constantes mudanças devido às incessantes alterações nas condições de vida. Essas mudanças são causadas por fatores endógenos e bem como exógenos.

VI - A regeneração periódica dos ecossistemas, bem como a criação de novos, acontecem parte a parte, comparáveis às peças constituintes de um quebra-cabeças. Esse processo segue padrões equivalentes à reprodução generativa no nível do indivíduo. No nível do ecossistema esse processo é chamado de ‘sucessão natural das espécies’ que, por sua vez, é o meio pelo qual a vida se move no tempo e no espaço.

VII - A vida como um todo no nosso planeta constitui um grande macroorganismo. Todo o seu funcionamento corresponde ao de um organismo: tudo está conectado e é interdependente.

VIII - A grande rede de conexões fúngicas, proliferando nas camadas superficiais de solo rico em matéria orgânica e coberto por serapilheira abundante cria as pré-condições para um forte sistema imunológico do solo que influencia grandemente, fortifica a saúde e o vigor das plantas.

XIX - ‘Pestes’ e doenças, bem como os predadores, são integrantes do, digamos, ‘departamento de otimização dos processos de vida’. O critério que usam para intervir é a otimização dos processos de vida realizada pelo objeto (potencial presa) confiado aos cuidados deles (os predadores) por parte do ecossistema no qual aquela presa interage.

X - O apetite e a fome são meios, usados por todos os seres vivos para transformar (também) aquele ato na realização de suas tarefas e cumprimento de suas funções, ligado – direta ou indiretamente – ao ato de comer – ingerir – ou absorver sua ‘comida’, para eles um evento apaziguante e atrativo.

XI - Cada indivíduo, de cada geração de todas as espécies aparece equipado para realizar sua(s) tarefa(s)e cumprir sua(s) função(ões) movidos pelo prazer interno e também equipado para se comunicar com todos os outros membros constituintes, ‘células’ do macroorganismo ‘VIDA’ do qual faz parte.

XII - As relações inter e intraespecíficas - com a exceção do ser humano moderno e da maioria dos animais por ele domesticados e deformados – são baseadas nos princípios do amor incondicional e da cooperação.

XIII - Todas as espécies - com a exceção do ser humano moderno e da maioria dos animais domesticados por ele adotados – agem baseadas nos princípios do “Imperativo Categórico”, formulado por Immanuel Kant (1724-1804) que diz: ‘Aja de modo que você gostaria que os princípios submetidos a suas interações sejam elevados imediatamente a princípios de leis universais’. (Ou seja, aplicados a você mesmo).

XIV - ‘As leis que regem o macroorganismo, do qual você faz parte, são dadas’ (pré-estabelecidas). ‘Nem a nós, Deuses do Olimpo, nos é incumbido fazer ou modificar essas leis”. (Esopos 700 a.C, em Cronos falando ao homem em uma de suas parábolas).

XV - A interferência desarmônica de alguma das entidades que juntas constituem o macroorganismo induz a modificações neste último que, por sua vez, terão como resultado que a presença do emissor daquelas interferências desarmônicas se tornará inoportuna.”

Ernst Götsch

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