Trabalho realizado no workshop de Agricultura Sintrópica na Herdade do Freixo do Meio, na região do Alentejo, em Portugal, em março de 2018.
Modelo 1:
Exemplificação para a transformação de um olival de aproximadamente 50 anos de idade para um sistema complexo, multiestrato, que se assemelhará ao ecossistema natural e original do local tanto em sua dinâmica, quanto em seu funcionamento e estratificação.
Uso atual:
Vista superior do sistema em seu estado atual, considerando o atual diâmetro da copa:
Passos para o enriquecimento do sistema
1 - na fila das oliveiras existentes:
a) modelo ilustrativo - estado atual
a') modelo esquemático - estado atual:
b) modelo ilustrativo - intervenção passo 1: enriquecimento de mais 1 estrato agregando, a cada intervalo de oliveiras, 3 pessegueiros ou pistaches.
c) Modelo ilustrativo - intervenção passo 2: agregando mais um estrato composto por nogueira e choupo.
Trabalho realizado durante o workshop
A fila das árvores foi transformada em um canteiro contínuo em que agora estão plantadas verduras, aromáticas, flores e figo da índia, de modo adensado e considerando espaço, estrato e tempo de vida de cada um desses integrantes.
Considerando os recursos (ainda escassos no momento da implantação), decidimos por fazer os canteiros estreitos (aproximadamente 40cm de largura) proporcionais em sua largura à quantidade de matéria orgânica que tivemos - visto a capacidade produtiva da vegetação rasteira existente atualmente neste olival. Na medida em que tivermos trocado esta vegetação rasteira por uma outra mais funcional para o sistema, composta por gramíneas mais produtivas e herbáceas conhecidas por seu sistema radical bastante eficiente (como por exemplo Verbascum, funcho, cardos, cenoura brava, etc) nossos recursos aumentarão.
Mais tarde, com todas as árvores agregadas - sobretudo aquelas plantadas com o intuito de produzir matéria orgânica, tais como choupo, sabugueiro, Quercus, etc - poderemos aumentar a largura daqueles canteiros e usá-los para o cultivo de anuais de inverno e da primavera, sem a necessidade de capinar, afofar o solo, irrigar, e também sem precisar do aporte de fertilizantes (adubos) externos.
2 - Canteiros do meio:
(idênticos com relação à posição entre as oliveiras, com os canteiros para as hortaliças do “modelo b”)
Espécies usadas além das verduras:
a) Fruteiras ou noz arbórea, cítricos (limão, tangerina, laranja) ou pêssego ou pistache.
Espaçamento: a cada 3 metros 1 árvore (estrato baixo médio)
b) Vines together with their future living tutors – fig, Morus nigra, Schinus molle, weeping willow.
Plante juntas todas as 5 espécies em uma área linear de 30 cm (vide figura). Planta-se uma videira em ambos os lados do plantio dos tutores.
Em todos os canteiros, idênticos àqueles feitos nas filas das oliveiras, ocupar plenamente com verduras, aromáticas, figo da índia e flores.
c) Organização dos canteiros com as videiras e espaçamento:
spacing: fruit trees with pistachio/vines along with trees for their tutorial structure
Complete bed composition: (trees, vines and vegetables)
d) desenho dos mesmos canteiros com as árvores e as videiras adultas:
O sistema é composto, em sua maioria, por espécies caducifólias a serem podadas (todas elas) anualmente no inverno. Com isso adquirimos matéria orgânica abundante para poder criar canteiros largos, com uma rica camada de material ramial. E, adicionalmente, com luz suficiente e proteção de geadas para poder cultivar um amplo conjunto de verduras – como, por exemplo, tomate, pimentão, repolho etc, sem necessidade de aporte de fertilizantes e sem irrigação.
3 - Secção transversal da mesma plantação (atual olival) em 8 ou 10 anos, com árvores e as videiras agregadas adultas.
Em nome do Life in Syntropy...
… we want to express our deepest gratitute to Herdade do Freixo do Meio, represented by the competent farmer Alfredo Sandim and to Silvio Gouveia, who made our trip to Portugal possible. We also want to thank all the amazing-hard-working participants. Not one ran away from the rain and the cold, 🙂
AVISO
Todos os desenhos de Ernst Götsch são específicos para o lugar onde acontece a intervenção. A Agricultura Sintrópica não segue nem propõem receitas. É a partir de um conjunto de critérios éticos e avaliativos que a Agricultura Sintrópica instrumentaliza o agricultor para planejar e manejar seu sistema de acordo às suas condições. Histórico da área, clima, solo, altitude, pluviosidade, exposição solar, declividade, acesso a implementos e adubação (entre outros fatores) determinam as espécies e o espaçamento utilizado. Portanto, os modelos apresentados por Ernst Götsch são demonstrativos, e não devem ser indiscriminadamente copiados sob o nome de Agricultura Sintrópica.